Las citas sobre España y lo hispano en la obra cumbre de la literatura portuguesa, Os Lusíadas (1572), muestran que Luís Vaz de Camões (o Camoens, 1524-1580) consideraba a Portugal parte de España, y en concreto como la parte más excelsa (cima o cumbre) de lo que a su vez era la cabeza de Europa.
La imagen de este artículo es la primera mención a España y Portugal juntos, que aparece en Chroniclingamerica, tomada de un discurso de un congresista apellidado Lawrence hablando frente a James Madison (que sería el 4º presidente de EE.UU.) publicado en La Gaceta de los Estados Unidos el 6 de mayo de 1789 (p. 27).
Estrofa en portugués | Traducción castellana |
I, 31 Ouvido tinha aos Fados que viria
Ũa gente fortíssima de Espanha Pelo mar alto, a qual sujeitaria Da Índia tudo quanto Dóris banha, E com novas vitórias venceria A fama antiga, ou sua ou fosse estranha. Altamente lhe dói perder a glória De que Nisa celebra inda a memória. II, 97 Não menos guarnecido, o Lusitano, Nos seus batéis, da frota se partia, A receber no mar o Melindano, Com lustrosa e honrada companhia. Vestido o Gama vem ao modo Hispano, Mas Francesa era a roupa que vestia, De cetim da Adriática Veneza, Carmesi, cor que a gente tanto preza; |
De los Hados oyó que llegaria
Una gente fortísima de España, Por alto mar, la cual sujetaria Cuanto del Indio suelo Dóris baña, Y con nuevas victorias venceria Toda fama anterior suya ó estraña, Haciéndole perder la escelsa gloria, De que Nisa aun celebra la memoria. No con menos ornato el Lusitano, De la flota en los botes ya salia, A encontrar en el mar al Melindano, Con honrosa y brillante compañía. Viene Gama, en conjunto, al modo Hispano, Aunque es de Francia el traje que vestia, De satin de Venecia de hilos flojos, Del color carmesí grato á los ojos. |
III 17 «Eis aqui se descobre a nobre Espanha,
Como cabeça ali de Europa toda, Em cujo senhorio e glória estranha Muitas voltas tem dado a fatal roda; Mas nunca poderá, com força ou manha, A Fortuna inquieta pôr-lhe noda Que lha não tire o esforço e ousadia Dos belicosos peitos que em si cria. 18 «Com Tingitânia entesta; e ali parece Que quer fechar o Mar Mediterrano Onde o sabido Estreito se ennobrece Co extremo trabalho do Tebano. Com nações diferentes se engrandece, Cercadas com as ondas do Oceano; Todas de tal nobreza e tal valor Que qualquer delas cuida que é milhor. 19 «Tem o Tarragonês, que se fez claro Sujeitando Parténope inquieta; O Navarro, as Astúrias, que reparo Já foram contra a gente Mahometa; Tem o Galego cauto e o grande e raro Castelhano, a quem fez o seu Planeta Restituidor de Espanha e senhor dela; Bétis, Lião, Granada, com Castela. 20 «Eis aqui, quási cume da cabeça De Europa toda, o Reino Lusitano, Onde a terra se acaba e o mar começa E onde Febo repousa no Oceano. Este quis o Céu justo que floreça Nas armas contra o torpe Mauritano, Deitando-o de si fora; e lá na ardente África estar quieto o não consente. 23 «Um Rei, por nome Afonso, foi na Espanha, Que fez aos Sarracenos tanta guerra, Que, por armas sanguinas, força e manha, A muitos fez perder a vida e a terra. Voando deste Rei a fama estranha Do Herculano Calpe à Cáspia Serra, Muitos, pera na guerra esclarecer-se, Vinham a ele e à morte oferecer-se. [Afonso VI de Leão e I de Castela (1065-1109).] 53 «Já fica vencedor o Lusitano, Recolhendo os troféus e presa rica; Desbaratado e roto o Mauro Hispano, Três dias o grão Rei no campo fica. Aqui pinta no branco escudo ufano, Que agora esta vitória certifica, Cinco escudos azuis esclarecidos, Em sinal destes cinco Reis vencidos. 101 «E, vendo o Rei sublime Castelhano A força inexpugnábil, grande e forte, Temendo mais o fim do povo Hispano, Já perdido ũa vez, que a própria morte, Pedindo ajuda ao forte Lusitano Lhe mandava a caríssima consorte, Mulher de quem a manda e filha amada Daquele a cujo Reino foi mandada. 103 «Quantos povos a terra produziu De África toda, gente fera e estranha, O grão Rei de Marrocos conduziu Pera vir possuir a nobre Espanha: Poder tamanho junto não se viu Despois que o salso mar a terra banha; Trazem ferocidade e furor tanto Que a vivos medo e a mortos faz espanto! IV, 49 «Eis mil nadantes aves, pelo argento Da furiosa Tétis inquieta, Abrindo as pandas asas vão ao vento, Pera onde Alcides pôs a extrema meta. O monte Abila e o nobre fundamento De Ceita toma, e o torpe Mahometa Deita fora, e segura toda Espanha Da Juliana, má e desleal manha. 53 «Codro, por que o inimigo não vencesse, Deixou antes vencer da morte a vida; Régulo, por que a pátria não perdesse, Quis mais a liberdade ver perdida. Este, por que se Espanha não temesse, A cativeiro eterno se convida! Codro, nem Cúrcio, ouvido por espanto, Nem os Décios leais, fizeram tanto. 61 «Manda seus mensageiros, que passaram Espanha, França, Itália celebrada E lá no ilustre porto se embarcaram Onde já foi Parténope enterrada: Nápoles, onde os Fados se mostraram, Fazendo-a a várias gentes subjugada, Pola ilustrar, no fim de tantos anos, Co senhorio de ínclitos Hispanos. V, 9 «Àquela ilha apartámos que tomou O nome do guerreiro Santiago, Santo que os Espanhóis tanto ajudou A fazerem nos Mouros bravo estrago. Daqui, tanto que Bóreas nos ventou, Tornámos a cortar o imenso lago Do salgado Oceano, e assi deixámos A terra onde o refresco doce achámos. VI 56 «Assi diz e, abraçados os amigos E tomada licença, enfim se parte. Passa Lião, Castela, vendo antigos Lugares que ganhara o pátrio Marte; Navarra, cos altíssimos perigos Do Perineu, que Espanha e Gália parte. Vistas, enfim, de França as cousas grandes, No grande empório foi parar de Frandes. VII, 25 Em vendo o mensageiro, com jocundo Rosto, como quem sabe a língua Hispana, Lhe disse: – «Quem te trouxe a estoutro mundo, Tão longe da tua pátria Lusitana?» – «Abrindo (lhe responde) o mar profundo Por onde nunca veio gente humana; Vimos buscar do Indo a grão corrente, Por onde a Lei divina se acrecente.» 68 Que particularmente ali lhe desse Informação mui larga, pois fazia Nisso serviço ao Rei, por que soubesse O que neste negócio se faria. Monçaide torna: – «Posto que eu quisesse Dizer-te disto mais, não saberia; Sòmente sei que é gente lá de Espanha, Onde o meu ninho e o Sol no mar se banha. 71 «Não menos têm mostrado esforço e manha Em quaisquer outras guerras que aconteçam, Ou das gentes belígeras de Espanha, Ou lá dalguns que do Pirene deçam. Assi que nunca, enfim, com lança estranha Se tem que por vencidos se conheçam; Nem se sabe inda, não, te afirmo e asselo, Pera estes Anibais nenhum Marcelo. VIII, 3 «Foi filho e companheiro do Tebano Que tão diversas partes conquistou; Parece vindo ter ao ninho Hispano Seguindo as armas, que contino usou. Do Douro, Guadiana o campo ufano, Já dito Elísio, tanto o contentou Que ali quis dar aos já cansados ossos Eterna sepultura, e nome aos nossos. 26 «Vês, com bélica astúcia ao Mouro ganha Silves, que ele ganhou com força ingente: É Dom Paio Correia, cuja manha E grande esforço faz enveja à gente. Mas não passes os três que em França e Espanha Se fazem conhecer perpètuamente Em desafios, justas e tornéus, Nelas deixando públicos troféus. 45 Entretanto, os arúspices famosos Na falsa opinião, que em sacrifícios Antevêm sempre os casos duvidosos Por sinais diabólicos e indícios, Mandados do Rei próprio, estudiosos, Exercitavam a arte e seus ofícios, Sobre esta vinda desta gente estranha, Que às suas terras vem da ignota Espanha. |
«Luego tendida allí la noble España,
Como cabeza de la Europa queda, En cuyo señorío y gloria estraña Cien vueltas de fortuna dió la rueda: Mas no sera jamás que fuerza ó maña De la inconstante dominaría pueda; Que siempre ha de salvarla la osadía De los pechos magnánimos que cria. «Frente de Tingitania está, y parece Que allí limita del Tirreno el vaso, Donde el sabido estrecho se ennoblece, Y el Tebano á las aguas abre paso. Con pueblos diferentes se engrandece, Cercada por el mar de Oriente á Ocaso, Todos de tal nobleza y valor tanta, Que cada cuál más noble se decanta. «Tiene al Tarraconés, que se hace claro Sujetando á Parténope la inquieta: Al Navarro, al Asturio que reparo Fuera ya contra el bárbaro Mahometa: Tiene al cauto Gallego, al grande y raro Castellano, á quien hizo su planeta Que a España unificára, siendo silla, De Granada y Leon, Murcia y Castilla. «Y vé aquí, como cima de la testa De toda Europa, al reino Lusitano, Dó se acaba la tierra, el mar se apresta Á dar reposo al sol en el Oceáno. El cielo quiso que en las armas esta Nacion exulte y lance al Mauritano De sus playas, y allá al África ardiente Vaya á seguirle y humillar su frente. «Un Rey llamado Alfonso hubo en España, Que movió al Sarraceno tanta guerra, Que por sangrientas armas, fuerza y maña Perder á muchos hizo vida y tierra. Volando de este Rey la gloria estraña Del Calpe hercúleo á la Caspiana sierra, Muchos, para en la lid esclarecerse, A la muerte y á él van á ofrecerse. [Alfonso VI de León y I de Castilla (1065-1109)] «Y vencedor se ostenta el Lusitano, Recogiendo el trofeo y presa rica; Y que ha roto y vencido al Moro hispano, Con su estancia tres dias certifica. Aquí pinta en su blanco escudo ufano Lo que victoria tan feliz publica: Cinco escudos, de azul color teñidos, Los cinco contarán Reyes vencidos, «Con que viendo el Rey noble Castellano La inexpugnable hueste, grande y fuerte, Temiendo más el fin del pueblo Hispano, Ya perdido una vez, que no su muerte, Pidiendo ayuda al bravo Lusitano Le envió la esposa á quien lo unió la suerte, Mujer del que la manda, su hija amada De aquel á cuyo reino fue mandada, «De cuanta raza cuenta el pueblo misto De África toda, horrible gente estraña, El gran Rey de Marruecos va provisto, A la conquista de la noble España: Poder tamaño junto no se há visto, Desque el salado mar la tierra baña; Y crudos y feroces vienen tanto, Que á los vivos y aun muertos dan espanto. «Ir nadando aves mil por el argento De la ancha espalda de la mar inquieta. Ved, las tendidas alas dando al viento, Hácia dó puso Alcides la alta meta. De Avila el monte y el seguro asiento Toman de Ceuta, y al feroz Mahometa. Echan fuera; y segura á toda España Dejan de otra Juliana indigna maña. «Codro, porque el contrario no triunfase, Vencedor de la muerte, dió la vida: Régulo, porque Roma se librase, Contento vió su libertad perdida; Y éste, porque la España no temblase, A eterno cautiverio se convida; Pues Codros, Curcios y los Decios fieles No á más costa ganaron sus laureles. «Manda a sus mensajeros, que pasaron España, Francia, Italia celebrada, Y allá en el puerto ilustre se embarcaron, Donde ya fue Parténope enterrada: Nápoles, dó sus hados se vengaron, Despues de verla a tantos subyugada Subiéndola, tras tanto tiempo impío, Al Español escelso señorío. «La que mejor al caso pareciónos, Es la que el nombre toma de Santiago, El que tanto a españoles ayudónos A hacer entre los moros grande estrago. De aquí, mientras que Bóreas aventónos, Tornamos á cortar el vasto lago Del salado Océano: así salimos De la tierra en que el dulce pasto hubimos. «Dice, así, y abrazados los amigos Con su licencia, trámites acorta. Pasa Leon, Castiella, viendo antiguos Sitios cuyo dominio tanto importa: Navarra con los montes enemigos De Pirene, que a España y Galia corta: Vistas de Francia, en fin, las cosas grandes, Al grande emporio fue rico de Flandes. En cuanto al mensajero vió jocundo, Como que sabe bien la lengua hispana, Le dice: «¿Quién te trae á este otro mundo, Tan lejos de tu patria Lusitana?» «Abriendo (le responde) el mar profundo, Por donde no fue nunca gente humana, Vinimos á buscar el Indo ardiente Dó nuestra ley divina se acreciente.» Y que en particular allí le diese Informacion muy larga, pues hacia Servicio en eso al Rey, con que ejerciese Lo mejor que en el caso convendria. Y respondió Monzaide: «Aunque quisiese Decirte yo más que esto, no podria; Que todos ellos son de allá de España Dó en mi patria y el mar el sol se baña. «Ni menos han mostrado esfuerzo y maña En otras varias guerras que han tenido, Ó con gentes belígeras de España, Ó que hayan del Piréne descendido: Así que nunca, en fin, por fuerza estraña Fue su valor postrado ni vencido; Ni se sabe que salga en ningun suelo, Para Aníbales tales, un Marcelo. «Fue hijo, ó compañero del Tebano De quien se cuenta el conquistar contino: Parece que á parar al suelo Hispano, Siguiendo el curso de sus armas vino. Del Guadiana y del Duero el campo ufano, Ya Elisio dicho, tanto le convino, Que nombre allí dejar quiso á los nuesos, Y sepultura á sus cansados huesos. «Vé que á Silves tomando, al Moro engaña Que antes la conquistó con fuerza ingente, Don Payo de Correa, cuya maña Y valor es envidia de la gente; Y vé los tres que en Francia y en España Hácense conocer perpetuamente En torneos, en lucha, en desafíos, Dejando en ellos fama de sus bríos. En tanto los Arúspices famosos De la ciencia Gentil, que en sacrificios Dicen adivinar casos dudosos Por señales diabólicas ó indicios, Por el Rey mismo enviados, estudiosos Ejercian el arte y sus oficios Sobre esta gente y su venida estraña Del mar remoto de la ignota España. |
93 Concertam-se que o Negro mande dar
Embarcações idóneas com que venha; Que os seus batéis não quer aventurar Onde lhos tome o imigo, ou lhos detenha. Partem as almadias a buscar Mercadoria Hispana que convenha; Escreve a seu irmão que lhe mandasse A fazenda com que se resgatasse. |
Conciertan que el Gentil armar ordene
Embarcaciones propias en que venga; Que aventurar sus barcos mal le viene, No el Malabar los robe ó los detenga. Las almadías salen que él previene, A traer lo de España que convenga, Y Gama escribe á Pablo que disponga Cuál mercancia por rescate esponga. |
Por favor, no manipules la traducción. Luis do Camoes habla de Portugal dentro de España, pero no del estado Español. Desde tiempos muy remotos se llamaba al territorio peninsular, español. Pero no por ello España. Igual que Galicia era la provincia romana, pero ni León, ni Asturias fueron nunca Galicia.
También traduces mal: NAÇOES, no son pueblos. Son NACIONES. Habla Camoes de que TODAS LAS NACIONES ESPAÑOLAS.
Yo no he dicho que Camoes hable del Estado español, así que me parece que yo no he manipulado la traducción (que solo he copiado), sino que parece más probable que usted haya entendido algo en un sentido que no le es propio, y lo siento, pero con volver a leer despacio seguro que se entiende. Saludos, Santiago (me permito suprimir el insulto final y el juicio sobre si traduzco algo «aposta» pues no le creo capaz de adivinar la intención de quien tradujo ni, si lo fuera, veo justo que me la adjudique a mí).
Nación en castellano antiguo -Camoens es del siglo XVI, como bien sabrás, hermano lusitano- significa exactamente pueblo. Y creo que en portugués también, corrígeme si me equivoco, pero es frecuente leer traducción de la Vulgata donde «populi» es traducido por «naciones», en castellano, «nations» en inglés, y me extrañaría que no por «naçoes» en portugués.
Hasta el establecimiento de las naciones-estado, sobre todo durante el siglo XIX, no estuvo tan clara esta distinción entre pueblo y nación (de hecho en castellano se sigue diciendo «me cago en tu nación», no para referirse al país del interpelado sino a su grupo étnico, su gente, su pueblo, en definitiva).
Nadie ha dicho nada del estado, pero tampoco es un asunto simplemente geográfico. Lo relevante aquí es entender que se consideraba heredero del reino Hispanico Visigodo, que es lo que origina la Reconquista y la aspiración de todos los reyes de la península durante muchos siglos, pasada dicha Reconquista.
El concepto de nación del siglo XVI no puede entenderse como se entiende actualmente el término, que cambió esencialmente en el siglo XIX precisamente con los nacionalismos.
El nombre Espanha en el tiempo de Camões es utilizado de forma puramente geográfica, sinónimo de Península Ibérica (de Hispania Romana). Es manipulación cuando insinúas que la Espanha de que habla Camões es lo mismo que España/Estado español. También es manipulación que no lo expliques claramente porque actualmente Espanha también tiene un significado político.
No sé de dónde ha sacado que yo hable de Estado español, siento la confusión, un afectuoso saludo: Santiago Mata
La imagen de 1789 que haces mención en este artículo habla de dos países: Portugal y España. El texto de Camões que tienes en este mismo artículo habla de Espanha como sinónimo geográfico de Península Ibérica. Y me dices que no quieres confundir los lectores?
No lo haces, pero das pie al olvidarte que para no pocos españoles (los incultos o los nacionalistas) España, con los límites actuales, cree que ya existía en los tiempos de Viriato.
Para Camôes y muchos portugueses de entonces ESPAÑA/ESPANHA/HISPANIA era una unidad geográfica, genética e histórica Común, y por tanto era considerada Gran Patria Común de todos los hispanos ….
Ahí. Claro que Hispania/Iberia/Espanna/Espanha no era el país actual con sus límites actuales, sus leyes actuales, sus autonomías, etc, etc. Pero no se referían sólo a un ente geográfico; había un incipiente pero claro sentido de patria, una patria que era toda Iberia, pero que se concebía como una tierra común, hogar de todos los hispanos/ibéricos/como se quiera llamar.
No sólo Camoens (perdón por la transliteración, creo que es la correcta, pero no sé cómo se saca la virgulilla para la o en un teclado castellano) ni gante tan antigua, el maravilloso Saramago, tristemente fallecido hace unos años, era un gran defensor del iberismo, de esa reunificación de España y Portugal.
Hay un claro sentimiento «protonacionalista» ibérico como lo hay en el Laus Hispaniæ de Isidoro de Sevilla o en la Estoria de Espanna alfonsina. Esa idea protonacional de entidad política y territorio madre «matria», podríamos decir en lenguaje inclusivo, común de todos los hispanos.
Que los nacionalistas periféricos sientan urticaria cada vez que la documentación histórica les da una bofetada de realidad demostrando que antes fue el todo que las partes es ya cosa suya, pero lo que hoy llamaríamos un incipiente iberismo, estaba presente desde bien jovencita la Edad Media..
Es precisamente al revés de lo que dices. La historiografía catalana moderna (de cuño nacionalista o no) ha defendido siempre que España (término que viene del latino Hispania) es el nombre auténtico de la Península ibérica y, por ende, incluye al actual Portugal. Pienso, por ejemplo, en el historiador Jaime Vicens Vives que siempre dijo Península Hispánica. A raíz de esta afirmación, han negado siempre (al contrario de lo que hacen los nacionalistas españoles) que el matrimonio de los Reyes Católicos significara el nacimiento de la nación española, ya que en aquella época, como bien demuestran los versos de Camoes, el concepto de España se refería a la península entera.
La historia de España se ha manipulado interesadamente con el fin de inculcar en el ciudadano común la idea de que España es una nación muy antigua y sólida, algo así como un viejo roble del que sería poco menos que un sacrilegio amputarle alguna rama o talarlo por completo.
Hola, Viri, no veo en que contradice esto que comenta lo que yo apunto, pero bienvenida sea la reflexión; saludos, Santiago
Absolutamente erróneo. No se emplea así, sino en referencia al reino Hispano visigodo. Lo que Camões está diciendo ahí, como tantos otros portugueses antes y después, es que el concepto de España es el de herederos de ese reino, y que ellos son tan herederos, y por lo tanto tan españoles en ese sentido, como los del resto de la península.
Entenderlo únicamente como un concepto geográfico es un gravísimo error que impide comprender nada del asunto.
De viriato no algo después. Leovigildo, es exactamente quien unifica las «spaniae» monarquica y legislativamente; religiosamente fue su hijo, Recaredo, si no recuerdo mal.
Un mapa siempre viene bien:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d7/Iberia_586-es.svg
Ahora, de ahí a decir que mencionar este hecho significa hablar del concepto de estado-nación ilustrado es mingitar bastante fuera del tiesto, creo yo. Pero que existía una idea protonacional de Hispania como ente no sólo geográfico sino como comunidad e incluso entidad política propia, independiente ya de Roma pero también del reino visigodo de Tolosa no es opinable; manipulable sí, por unos y por otros, como todo, pero no opinable. ¡Es que está en los papeles, leche!